Agronegócios
Estreita-se a relação de preços entre frango vivo e abatido
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Analisando-se a relação de preços entre o frango vivo e o abatido nos cinco primeiros meses de 2019 comparativamente ao mesmo período do ano passado é que se tem melhor ideia do descompasso registrado neste ano na oferta da ave viva – desvalorizada no início do período, mas registrando forte e continuada reversão à medida que o ano avançava.
Ano passado, entre os primeiros dias de janeiro e a penúltima semana de maio, o preço médio alcançado pelo frango abatido (base: produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo) ficou 21% acima do valor médio alcançado pelo frango vivo (base: preço pago na granja ao produtor do interior paulista), mantendo-se em relativa estabilidade durante todo o período.
(Abrindo parêntese: não se aborda, aqui, o altíssimo diferencial observado na última semana de maio porque ele foi acidental, ocasionado pela greve dos caminhoneiros. Então, com os abates suspensos, o mercado de aves vivas ficou paralisado, enquanto no atacado, desabastecido, eram registrados preços recordes. No final do mês a diferença entre ave viva e abatida foi superior a 75%.)
Já nos cinco primeiros meses de 2019 o preço médio do frango abatido ficou 30% acima do preço da ave viva, isto indicando valorização em relação ao ano anterior. Notar, porém (gráfico abaixo), que esse resultado apresentou variações extremas no decorrer do período.
Ou seja: a elevada oferta de aves vivas sem a concomitante absorção por parte dos abatedouros permitiu que nos primeiros 30-40 dias do ano o frango abatido alcançasse valores mais de 40% superiores ao do vivo.
Essa situação, no entanto, foi se alterando paulatina mas continuamente no decorrer desses cinco meses – ainda que o abatido registrasse altas, isto indicando que a valorização da ave viva foi proporcionalmente maior.
O resultado final, registrado em 31 de maio, foi um diferencial de preços de não mais que 12% entre frango vivo e abatido – senão o menor, um dos mais baixos índices observados na história do setor. E – note-se – não porque o frango vivo permanecesse em valorização (desde abril sua cotação permanece inalterada), mas porque o abatido passou a enfrentar incisiva perda de preço. Nos últimos dias de maio registrou preços inferiores aos alcançados nos primeiros dias de negócios de 2019.